Resumo: Múons atmosféricos são partículas vitais para a calibração de detectores de superfície, por serem abundantes, altamente penetrantes e minimamente ionizantes, gerando sinais que podem ser usados como referência por diversos tipos de detector. Mas, a resposta dos detectores frequentemente depende das trajetórias dos múons, não sendo eles mesmos capazes de determiná-las para uma auto-calibração. Assim sendo, arranjos como hodoscópios são empregados para caracterizar a resposta de detectores às trajetórias dos múons, e encontrar parâmetros que permitam o desenvolvimento de um processo de auto-calibração independente. Neste trabalho, apresentaremos um sistema de hodoscópio implementado para a caracterização de detectores de superfície no Observatório Pierre Auger, o maior observatório de raios cósmicos do mundo atualmente, apresentando os detectores utilizados neste observatório, discorrendo sobre a física envolvida nestes e sobre os processos de caracterização envolvidos. Os resultados obtidos são preliminares, mas demonstram boa performance na aquisição de dados, demonstrando seu potencial para caracterização, e trazem algumas discussões sobre o sistema. |